A Tecnologia da Informação vem transformando, ou melhor, já transformou o mundo, a vida das pessoas e das organizações. Atualmente é impossível viver sem a presença dela. Mesmo numa simples atividade ela está presente, se não diretamente, de forma indireta. Sendo assim, a TI nos escritórios de advocacia já é algo que modifica e facilita a rotina dos profissionais da área.
Com o passar do tempo a sua presença e o seu uso tem sido vital para sobrevivência dos negócios. Ou seja, sem a utilização dos recursos tecnológicos muitas das atividades tornam-se inviáveis operacional e/ou financeiramente.
Várias organizações e segmentos de mercado já perceberam isso e têm canalizado investimentos significativos não só para sobreviver, mas para superar a concorrência, aumentar a segurança, a agilidade e a lucratividade, surpreendendo e ganhando mercado. Mas, os benefícios da T.I não param por aí… ela pode auxiliar em tudo aquilo que a sua criatividade conseguir imaginar.
No entanto, existem alguns segmentos que usam a TI., mas não exploram todo o seu potencial, tudo aquilo que ela pode e deve agregar ao negócio. Dentre estes, o segmento jurídico.
Apesar de crescente o uso da TI nos escritórios de advocacia e pelos diferentes agentes do segmento jurídico, ainda existem inúmeros operadores deste mercado que mal sabem o que é um GED – Gestão Eletrônica de Documentos; ERP – Enterprise Resource Planning ou Sistema Integrado de Gestão Empresarial; CRM – Customer Relationship Management ou Gestão de Relacionamento com o Cliente, que dirá, então, Inteligência Artificial.
Estas ferramentas tecnológicas, assim como muitas outras, já estão disponíveis há muitos anos, ajudando na melhora do desempenho, agilidade e segurança das organizações. As áreas de TI. dos escritórios de advocacia (digo com segurança, na grande maioria deles) ocupam de fato um papel coadjuvante. Estão ali para, em parte significativa das vezes, apagar incêndios.
Dentre as atividades desenvolvidas, estão dar suporte ao usuário, o famoso help desk; fazer cotação de preço; entender a usabilidade de ferramentas sugeridas pelos sócios que ouviram falar de algo, mas não sabem exatamente para que serve; resolver problema burocrático simples, que deveria ser solucionado pelo próprio usuário (sócio, advogado, estagiário, secretária, administrativo), como por exemplo fazer uma comparação de documentos no Word, ou elaborar uma apresentação em PowerPoint; ou só são lembrados quando ocorre algum problema.
Entretanto, alguns escritórios mais avançados já estão atentos a novidades de aplicativos e plataformas que aparecem no mercado, buscando o entendimento da sua aplicabilidade e sugerindo aos sócios a aquisição e implantação. Porém, isto é muito pouco!
A área de tecnologia da informação deveria ter assento no board dos escritórios, nas reuniões de sócios, “pautando” não somente estes, mas também o mercado de prestadores de serviço de tecnologia para o mercado jurídico.
Os profissionais deveriam ter como responsabilidade entender do negócio jurídico, participar da estratégia do escritório, das dificuldades operacionais e planos futuros e sugerir soluções tecnológicas para ajudar a sociedade a alcançar seus propósitos de maneira cada vez mais eficiente, com agilidade, segurança e economia.
Além destas responsabilidades e atribuições, deveriam acompanhar o mercado de desenvolvimento para orientarem a sociedade qual caminho seguir e como se organizar estruturalmente, produzir e entregar o serviço jurídico. Igual vemos em outros segmentos, como exemplo, no varejo, onde as ferramentas tecnológicas estão redirecionando o formato das lojas, de física para virtual; ou na indústria automobilística que vem redefinindo seus veículos!
Sabedores das necessidades imediatas e futuras, também deveriam levar para as empresas desenvolvedoras de soluções tecnológicas as carências deste segmento, para que estas desenvolvam aplicativos e plataformas, trazendo soluções. No entanto, o que observamos atualmente são software houses, startups, desenvolvendo soluções e levando aos escritórios. Nada contra, muito pelo contrário, isto deverá continuar existindo e é extremamente saudável, mas não deve ser a única forma deste movimento acontecer.
A partir do momento que os escritórios entenderem o papel da TI nas suas organizações, investirem em quadro capacitado, darem espaço, e principalmente ouvirem atentamente e seguirem suas orientações, assumindo que estes profissionais estão melhores qualificados para esta função, estas sociedades darão um salto frente à concorrência que insiste em ver o profissional da TI como um simples burocrata necessário!
Percebeu como a TI nos escritórios de advocacia pode facilitar o dia a dia dos advogados e agregar muito valor ao negócio? Se você gostou deste artigo, compartilhe-o em suas redes sociais para que mais pessoas conheçam a revolução que a tecnologia da informação pode causar no setor jurídico.
Por Mario Esequiel
Consultor ForeLegal e sócio fundador da Bórea